segunda-feira, 30 de abril de 2012

Doçura de mil encantos



Doçura de mil encantos

Bocas tácitas 
Degringolavam silêncios ocultos.
Palavras de ruínas, 
Excelsior desejos,
descambados e entorpecidos.

Ritmados pelo êxtase, 
em pelos antes escusos.
Feito pólen de abelha rainha,
Proliferou toda volúpia.

Vontade incauta de ferroar
Tenaz doçura de mil encantos.

"Guardarei todo meu amor,
até poder derramar ti todo meu prazer".(Nadja Matoso)


Sinto o efeito do veneno,
ministrados em minhas veias.
Em doses subliminares que advém
minha morte... Letargia

Poesia do meu querido amigo Thiago Moraes
criada a partir de uma frase que lhe sugeri.

domingo, 29 de abril de 2012

Não se limite a um palpite



Não se limite a um palpite


Há uma voz que grita,
uma voz que dita um estagnar,
flechas inflamadas do inimigo pra paralisar.
A nossa vida é muito curta
é bom se apressar,
traçar o rumo, 
tomar um fôlego pra caminhar.
O amor de Deus é a bússola 
pra nos conduzir,
não pare irmão olhe pra frente
vamos prosseguir.
Não se limite, 
pois a vida é um convite,
a ponta da lança que fere 
é sempre um palpite.
Há um complô no mundo das trevas 
pra te destruir,
mas não desista, 
segue a pista, você vai conseguir.
O teu futuro está marcado
pelo teu Senhor,
cerre os punhos e ganhe 
o mundo no poder do amor.
Não se limite, 
a ponta da lança que fere 
é sempre um palpite. 


Letra de um Reggae- composição de Nadja Matoso - Delatora do amor

sábado, 28 de abril de 2012

Livra-te da solidão





Livra-te-da solidão


Dueto poético de Thiago Moraes e Nadja Matoso




Livra-me do achaque da tua ausência,

derradeiro ataque da cruel flexada, que atira o Anjo torto
na hora do aborto do nosso amor quase morto, o mal
diz Amém

Resvalo em cantos
em total desepero, apego-me ao teu
doce encanto que me alivia o pranto, ao ver em teu rosto
sorriso de cena agora minha esperança
outrora a pena

Ressuscito a lua
pra devolver o brilho a teu olhar
Navego em bruma guiado por 
galhofas, gracejos de tuas tenazes cercanias

Ronda-me, cerca-me.
te preocupas acerca de quê?
agarra-te ao meu ombro, te susténs além do quê?

Que queres de mim? diga-me, pra que eu faça
ânsia de querer? revela-me, teme noutro dia esquecer?
acha que é possível passardes por mim
sem diferença notar?

Anoto em paroles cada situação ou coisa avulsa
amiúde, pormenores pra não esquecer minha mente pulsa
desenfreado de desejo com a boca seca
teu olhar me excita, coração palpita

Castigo, açoite não ter teu corpo junto ao meu
estas de sarilho? destino ateu?

Andas cigana corres, apega-te a mim
segues teu fim, nesta instância, então solidão
somes de mim



Nadja Matoso - Delatora do amor

SOMOS TODOS IGUAIS... OU NÃO? / CONCISOS ENTAO!



 Dueto poético - Alex M. Tavares / Nadja Matoso

SOMOS TODOS IGUAIS... OU NÃO? / CONCISOS ENTAO!

Já não somos mais como éramos
a juventude já se foi
Já não se encanta tanto o espelho
com nossas languidas faces
Somos todos inevitáveis vítimas do tempo
das peles que enrugam fáceis
Tic-tac! Segundos, minutos, anseios.


Certamente, cura o tempo todos os males
que nos assolam nos perturbam nos invadem
Tristeza, saudade, ira, solidão
degraus compostos de emoção
Permite a escalada, estar no fundo do poço
nos fortalece os joelhos trôpegos
Bem como reerguer, quando arriado no chão


Quantos exemplos bons ou ruins
fitados, filtrados em que
Vividos ou não, trazemos em nós?
de recalques e encalques
Quantas máscaras já pomos na face
fulguras tenazes
Impondo disfarces, em bando ou a sós?


A passagem do tempo acarreta mudanças
nos traz temperanças
Pretas e brancas ou talvez coloridas
intempéries da vida

Que diferença há em existir ou viver?
e engajados nesta longa corrida
Que prazer há em despertar outras vidas?


Que certeza há na passagem do tempo,
se não o lamento das horas perdidas
No indescritível momento em que os olhos se apagam?
na oportunidade novamente concebida
Que sensação há no vencimento do medo,
de nascer de novo, abrir-se  ao desejo
No descobrir de um segredo, quando os corpos se afagam?
a  desvendar este enredo?


Alex M. Tavares  - Poeta Urbano

 Nadja Matoso - Delatora do amor

Saudades da infância

Saudades da infância

Tenho saudade dos tempos infantes,

do quarto que era meu mundo,
saudade das roupas abarrotadas de lama,
dos gritos, dos saltos, dos choros, das manhas. 

Saudades das cores 

que vislumbrava nas bolhinhas de sabão,
do ir e vir da escola,
dos meus amigos me gritando no portão.

Amarelinha, ciranda, garrafão,

boca de forno, um tombo, um empurrão,
pipas, rolimãs, fantasia,
com fita e pedaços de pau 
a criança usava sua engenharia
e as cousas tão singelas
transformavam-se em alegria.

O terreiro era o melhor lugar,

a bola rolava, brilhava o olhar,
um sonho nascia em cada gol,
e a destreza plasmava o guri vencedor.

Saudade do tempo que meus medos 

eram de aranhas, bicho papão e
de gata pintada, de fantasmas no porão.

Saudade da amizade colorida,

de peles brancas, morenas , negras 
e cabelos desiguais, tempos de intimidade
com pureza que ao crescer não voltou mais.

A inocência era nossa maior beleza,

cobria nossa essência,
diante da corrupção dos maus exemplos,
a ingenuidade era nossa defesa.

Se pudesse voltar no tempo, 

certamente o faria, 
voltaria a ser criança, 
aproveitaria minha infância 
com todas as cores, sabores, fantasias,
voltar ao conforto do colo de mamãe
meu maior tesouro!
 "como eu queria".   
  

Nadja Matoso - Delatora do amor

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Queimar nossa história


Queimar nossa história


Anda!
Não me canse 
toma logo tua bagagem, 
segue a fora teu caminho,
já não convencem os teus jogos,
já não me iludem teus carinhos


Abri meus olhos após o sonho
e o que vi não foi ilusão,
tu eras apenas um protótipo 
do que um dia propus em meu coração


Não o culpo por não ser a peça perfeita,
pra compor o quebra cabeça 
nesta receita da emoção,
talvez a peça perfeita seja tão imperfeita 
quanto foi minha imaginação


Pintar a vida numa tela,
traçar dias lindos em macramê,
dar formas exuberantes ao barro,
enredar o sonho num livro,
tudo isso é possível fazer


Mas ter o que se almeja, 
num ciclo de incertezas,
é lançar sorte sobre a mesa,
é quase impossível acontecer


Então chega de utopia,
de felicidade em grafia,
de chafariz de emoções,
prefiro por um fim
nesta experiência e extinguir
a sofrência de nossos corações,
vou queimar o livro, 
só assim eu me livro
das cruéis recordações.


Nadja Matoso - Delatora do amor



quarta-feira, 25 de abril de 2012

Meu mundo sem você


Meu mundo sem você 


Sem você meu mundo mudou,
as noites são tão frias,
os dias sem fulgor


Nada que vejo tem graça,
a lua já não brilha tanto,
o sol não nasce em esplendor,
a música perdeu o tom,
o mar perdeu a cor


As estrelas já não me encantam,
o que trago a boca não tem sabor,
meus sonhos estão dispersos,
os versos em mim calou


A vida perdeu a graça,
não faz sentido, o fascínio acabou,
nada que possou me alegra,
não me interessa, não tem o menor valor


Os projetos foram esquecidos,
o foco está perdido,
o entusiasmo em mim findou


Acordar é minha sina,
meu leito perdeu o calor,
só me resta abrir os meus olhos
e ver que ao meu lado o vazio restou


De viver eu só não desisto
porque sei que também vive
mesmo fora do meu mundo
quem um dia me amou.


Nadja Matoso - Delatora do amor

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Castelo de ilusão



Castelo de ilusão



Um dia olhei na linha do horizonte

e avistei ao longe um castelo de aparência esplendorosa, 

sua opulência  atrativa reacendeu a chama que se apagara,

fitei meus olhos posto que me submeti ao desejo 

de adentrar as suas portas. 

Vislumbrava seu esplendor 

extasiada pela sua exuberância,

esforçava-me deliberadamente para alcançá-lo, 

havia um estopim de emoções pronto a explodir,

face a tão grande descoberta.

Frenética, sem erguer a cabeça 

com minhas pernas já trôpegas, 

por tão longo e frustrante caminho percorrido,

na esperança de um dia, o tão sonhado apogeu encontrar, 

não percebia que ao ponto que me aproximava,

o castelo ruía no calor que minhas ondas emitiam 

contra suas paredes, correntes sinestésicas

prontas a um encontro sísmico... 

e finalmente quando cheguei ao seu alcance 

decepcionou-me a fragilidade e imperfeição 

daquele que ao longe parecia ser 

a fortaleza que desejei "habitar"...

Castelo de cristal tão lindo quando frágil, 

tão ilusório quanto mágico

tão quimérico quanto trágico.



Nadja Matoso - Delatora do amor


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Meu amor no Outono


Meu amor no Outono


Me aquece o sol de abril
despedindo-se do céu no crepúsculo 
transcendente do meu pensar,
regalar de emoção febril


Seus raios caudalosos
tocam minha face cuidadosamente,
toques afetuosos 
de uma estação terna 
e envolvente


Outono de manhãs frescas,
brisas que tateiam a pele,
que aquecem o coração gélido,
despertando os mais refinados sentidos,
aflorando minha intuição


Sombras que acolhem, 
tapetes de folhas que consolam
pés cansados da sofreguidão
do sol ardente
que queimou-me no verão


Ocaso que me encontra 
em completa sensibilidade,
faz rolar no meu rosto
sentimentos envoltos
na mais densa intimidade


Céu rasgado de raios purpura delirante,
nuvens brincam com meus olhos
conquistam minha atenção
em visões alucinantes


Meu coração palpita 
ao galopear de uma doce melodia,
sussurros de uma alma enamorada
entregue ao ar, ao céu em total sintonia


6 da tarde, momento perfeito, 
hora singular
me encontro, me entrego por inteira
paixão verdadeira,
a sós comigo 
amor sem par.




Nadja Matoso - Delatora do amor

domingo, 15 de abril de 2012

A liberta poesia

A liberta poesia

Palavras gritam dentro de mim

presas nos grilhões da sanidade,
repelidas pela moral preconceituosa,
coibidas pela intitulada verdade

Já diz um velho ditado:

as palavras são nossas escravas
quando presas dentro de nós,
mas passam a ser nossas senhoras,
quando libertam-se em nossa voz

Repressão ou livre argumento?

palavras ganham vida soltas ao vento...
se acharão pouso devido
cabe a plaina do destino conduzir,
minhas cordas vocalizam súbitas,
asas volitivas do meu proferir

Se falo já não condeno-me

ao silêncio defraudante de minhas concepções,
embora em falar concebo
a injuria e a repulsa de más conotações

Palavras moldam no espaço

fragmentos inócuos do meu âmago,
catarse impelida por razões
refratada por consequentes alheias refutações

Contudo falo e não calo,

se escravo ou servo
das palavras me torno,
sou propenso a ambos
já não me importo

Liberto minha mente da vil letargia,

me exponho, me exculpo
em discurso ou grafia,
palavras libertas promovem poesia.


Nadja Matoso - Delatora do amor

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Olhar melifluo



Olhar melifluo


A doçura dos teus olhos
muda o gosto amargo da solidão,
fonte de mel do prazer
polarizado de ternura
cintilam luz, sedução

Teu olhar me traspassa o peito,
invade o lugar proibido,
torna meu ar rarefeito,
me consome...
provoca libido

Retinas melífluas convidativas,
cada olhar um desejo promove,
refletem e latejam sobre mim,
atrai-me teu profundo ego,
até ao ápice submergir

Submersa em tua essência dócil,
beber das fontes do teu puro mel,
emergir ébria adocicada,
volúpia que me leva ao céu.

Nadja Matoso – Delatora do amor