Saudades da infância
Tenho saudade dos tempos infantes,
do quarto que era meu mundo,
saudade das roupas abarrotadas de lama,
dos gritos, dos saltos, dos choros, das manhas.
Saudades das cores
que vislumbrava nas bolhinhas de sabão,
do ir e vir da escola,
dos meus amigos me gritando no portão.
Amarelinha, ciranda, garrafão,
boca de forno, um tombo, um empurrão,
pipas, rolimãs, fantasia,
com fita e pedaços de pau
a criança usava sua engenharia
e as cousas tão singelas
transformavam-se em alegria.
O terreiro era o melhor lugar,
a bola rolava, brilhava o olhar,
um sonho nascia em cada gol,
e a destreza plasmava o guri vencedor.
Saudade do tempo que meus medos
eram de aranhas, bicho papão e
de gata pintada, de fantasmas no porão.
Saudade da amizade colorida,
de peles brancas, morenas , negras
e cabelos desiguais, tempos de intimidade
com pureza que ao crescer não voltou mais.
A inocência era nossa maior beleza,
cobria nossa essência,
diante da corrupção dos maus exemplos,
a ingenuidade era nossa defesa.
Se pudesse voltar no tempo,
certamente o faria,
voltaria a ser criança,
aproveitaria minha infância
com todas as cores, sabores, fantasias,
voltar ao conforto do colo de mamãe
meu maior tesouro!
"como eu queria".
Nadja Matoso - Delatora do amor
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