sábado, 31 de março de 2012

Desencanto



                  Desencanto

Nas cinzas das minhas lembranças mergulho meus flagelos,
Quem dera o vento não fosse atroz, e ao menos me deixasse as cinzas, para encobrir a vergonha e a dor que me traspassa...
Cinzas que trazem a memória as cores,
O cheiro, o fulgor de dias outrora vividos,
com a intensidade de que se vive algo que lhe vicia
Cinza nunca fora o melhor tom,
a menos que ao teu lado pudesse contemplar um céu nublado
Mas hoje cinza me parece agradável,
já que foi o que de toda aquarela me restou,
Na ausência da magnífica explosão de cores 
que me oferecestes, por tão pouco não percebi que ali havia um tom,que por momentos fora desprezado por tamanha embriaguez, com a imensidão ofuscante e desnorteante que me envolvia,
Tudo era tão lindo, vivo, fugaz,
ate que esmaeceu e acabou
em um desencanto cinzento.

Nadja Matoso - Delatora do amor

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