Flores da existência
Os anos irão
se passar, e irei eu percorrer a vida com a única certeza:
possuirei flores, não em vasos soberbos, trazendo sofreguidão ao jardim, retraindo-lhe a liberdade, quando o que me oferecem é beleza e suavidade ao coração, mas
irei cultiva-las em lugar honra, me ferirão seus espinhos eu sei, defendendo-se de meus apegos em exceção, mas o perfume
me servira por balsamo, me adentrando as narinas por doses efetivas de consolação.
Bendigam as rosas todos que podem contemplá-las, benditos são ao que as tem ao redor, porquanto
são sublimes, suas pétalas me cobrem de amores, seus odores me alimentam os
sonhos, seus espinhos me refazem quando me ensoberbeço desvanecida.
Ora estas
flores possuem atributos distintos, algumas são companhia diária,
outras completam meus momentos seletos, ainda outras me seguirão ao túmulo
perfumando o caminho para a nova vida, mas há um rosa que sempre carrego no
lugar secreto, como uma insígnia, que me adorna o peito, a que lhe chamarei de
‘FELICIDADE”, por quanto cumpriu o seu encargo, deu vida ao laxo espaço que se
estende dentre os anos, que me reduz a solo para que outras flores sejam
cultivadas e perfumem outra existência.
Nadja Matoso - Delatora do amor
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