terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A"mar"-te









A"mar"-te
Ah Humaitá que arrebata corações,
teu céu foi palco de nosso ardor
teu solo enraizou o desejo
dando vida ao encontro do nosso amor
Palavras soaram no vento
inflamando o sentimento em profusões
toques vibraram os corpos
entregues sem medo a emoções
Sob o sol queimaste o meu peito
envoltos na brisa me tiraste o fôlego
o mar foi nosso aliado no ateio
ante as águas pegamos fogo
Ditosa Ribeira, sua tarde inteira
é um convite ao amor
vidas cometem asneiras
enquanto se entregam inteiras,
aos seus sabores.
Cúmplice do encanto
Perpetua a lembrança
no romper dos teus amores.

Nadja Matoso -Delatora do amor





domingo, 6 de janeiro de 2013

Salve-me



Salve-me 

As luzes apagam-se em minha mente
e do outro lado da cortina ficaram as promessas,
nosso caminho perdeu a linha,
incendiamos nossas vidas em vão nos queimamos,
as palavras nos causaram danos...
Chove lá fora e cada gota faz-me lembrar você,
mas não amenizam a distância entre nós,
sua voz levada no vento
quebra meu coração.
Minhas mãos agarram-se as cinzas
deixadas no leito
onde o amor ardia,
e nos consumiam os desejos,
teu cheiro está por toda parte,
teu sorriso reflete em todo lugar.
No meu peito uma tortura,
nossa canção me faz sofrer,
a noite lá fora está tão fria  
congelou meu coração na solidão.
Meus sentimentos estão em ruínas,
meus pedaços já não se refazem sem tua presença,
onde deixamos o nosso amor? 
quando ele começou a ruir? 
estou morrendo sem você,
o medo se apoderou de mim...
O céu se separou de nós,
preciso de teus braços
para me erguer novamente
mas teu silêncio me destroça,
salve-me a vida com teus olhos,
traga de volta meu fôlego, 
devolva os sonhos ao olhar em mim,
faça meu coração voltar a bater,
ou seja meu sepulcro,
mas não me renegue a viver sem ti.

Nadja Matoso – delatora do amor

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Flores da existência



 Flores da existência
Os anos irão se passar, e irei eu percorrer a vida com a única certeza: possuirei flores, não em vasos soberbos, trazendo sofreguidão ao jardim, retraindo-lhe a liberdade, quando o que me oferecem é beleza e suavidade ao coração, mas irei cultiva-las em lugar honra, me ferirão seus espinhos eu sei, defendendo-se de meus apegos em exceção, mas o perfume me servira por balsamo, me adentrando as narinas por doses efetivas de consolação. 

Bendigam as rosas todos que podem contemplá-las, benditos são ao que as tem ao redor, porquanto são sublimes, suas pétalas me cobrem de amores, seus odores me alimentam os sonhos, seus espinhos me refazem quando me ensoberbeço desvanecida.
Ora estas flores possuem atributos distintos, algumas são companhia diária, outras completam meus momentos seletos, ainda outras me seguirão ao túmulo perfumando o caminho para a nova vida, mas há um rosa que sempre carrego no lugar secreto, como uma insígnia, que me adorna o peito, a que lhe chamarei de ‘FELICIDADE”, por quanto cumpriu o seu encargo, deu vida ao laxo espaço que se estende dentre os anos, que me reduz a solo para que outras flores sejam cultivadas e perfumem outra existência.

Nadja Matoso - Delatora do amor