domingo, 8 de abril de 2012
Clamor do Pai à sua criação
Clamor do Pai à sua criação
Vem cá deixa eu desembaraçar tuas tranças
já não te importas com tua aparência
já te embriagas em tuas tramas?
Desnorteada andas em devassidão e chocarrice
ébria se ilude com falacias, te encanta as tolices
Vai após a loucura
te enredas com falsidades
se alimentas de orgias
te estribas em vaidades
Gastas dissoluta teus melhores dias
prostituí-te com a magia
desatastes teus laços
que de bom grado pus em ti
dei-te liberdade
e longe estás agora de mim
Te engrandeceste em teu conhecimento
endureceu tua cerviz
não te enganes oh pequenina
és apenas uma aprendiz
Não se perca do teu caminho
não se trapasse em teu destino
mil venturas podes viver
nunca escolher a consequência dos teus
desatinos
Lembra-te depressa do teu principio
irrigada eram tuas raízes
nas nascentes da sabedoria
deixastes tua seiva secar
desatenta em tua euforia
Agora tremulha, confusa
suja e perdida
envergonha-te dos teus feitos
se encontra sem saída
usada gastada ferida
velha pobre fedida
Desprezada em abandono agoniza
soberba não reconhece
prefere ruminar suas queixas
clamar ao seu dono jamais
o orgulho infame não deixa
Sentencia seu próprio futuro
perde a liberdade em permutas insensatas
de conteúdo fútil e valor obscuro
abrindo mão do que lhe era seguro
Oh minha menina volta pra meus braços
deixa eu te limpar
sarar tuas feridas
tirar teus embaraços
Quero lavar-te nas águas que jorram do meu interior
fazer-te ver a pureza da vida
devolver aos teus olhos o fulgor
tirar tua vergonha e vesti-la com o melhor linho
te tomar no meu colo te tocar com carinho
Mostrar que comigo não sofres
no chamado não há engano
comigo não há abismos
não te condeno
volta por que eu te amo!!!
Sou teu pai, teu criador
vem...toma meu fardo de paz
traz teu fardo de dor
toma a felicidade
o perdão, desmedido amor!!!!
Nadja Matoso- Delatora do amor
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