domingo, 22 de julho de 2012

Inquietude



Inquietude

Quem dera fosse minha grafia
mero desatino,
contos na estante
em nostalgia.

Não fosse o soluço 
que inquieta meu silêncio,
ardor do desejo
consumindo o sossego.

Memórias na pele emanando cheiro,
queimando em desespero ardil,
clamando o ensejo,
aflorando a emoção febril.

Concomitante golpes 
que no peito lateja,
o tempo goteja 
o sufoco do contar de minutos.

Alma aflita, 
boca seca, coração grita,
mãos tremulas, 
o corpo excita....

Desconsolada vaidade
apela a consciência à realidade,
desfecho da verdade,
render-se a 
sanidade...

Nadja Matoso - Delatora do amor

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Amizade habitação das almas





O ser humano evolui em comunhão com o AMOR e cada vez que minha alma recebe a dádiva de reconhecer-me em um amigo, sinto-me crescendo nele a medida que não cabe em mim, meus amigos são partículas do meu ser distribuídas num espaço que eu sozinha não poderia galgar. Amigos se são, tornam-se parte essencial de nós mesmo por toda vida, ainda que o tempo, o vento, as circunstâncias determinem geografias longínquas todavia a amizade tem asas, limites nunca serão obstáculos para o coração que encontrou num outro coração a sua vida!
Amigo é a habitação de parte de meu ser.

Nadja Matoso- Delatora do amor

domingo, 1 de julho de 2012

Ruídos do silêncio


Hoje ouvi um som desconhecido,

seus acordes brindavam nostálgicos 
tempos desconstruídos...
Cada nota trazia a penosa memória de ritos,
atritos sonorizavam, rompendo o silêncio
da minha dor
Ruídos manifestos da sensibilidade tétrica,
distorcendo a harmonia na involução...
Bramido introspectivo, 
notado apenas dentro de mim,
quebrou a rotina da igualdade
sem interlúdio a prosseguir...
Estampido que bate,
abala o equilíbrio
em meu peito vibra
ecoando conflitos. 
Nadja Matoso - Delatora do amor.