Inquietude
Quem dera fosse minha grafia
mero desatino,
contos na estante
em nostalgia.
Não fosse o soluço
que inquieta meu silêncio,
ardor do desejo
consumindo o sossego.
Memórias na pele emanando cheiro,
queimando em desespero ardil,
clamando o ensejo,
aflorando a emoção febril.
Concomitante golpes
que no peito lateja,
o tempo goteja
o sufoco do contar de minutos.
Alma aflita,
boca seca, coração grita,
mãos tremulas,
o corpo excita....
Desconsolada vaidade
apela a consciência à realidade,
desfecho da verdade,
render-se a
sanidade...
Nadja Matoso - Delatora do amor
O ser humano evolui em comunhão com o AMOR e cada vez que minha alma recebe a dádiva de reconhecer-me em um amigo, sinto-me crescendo nele a medida que não cabe em mim, meus amigos são partículas do meu ser distribuídas num espaço que eu sozinha não poderia galgar. Amigos se são, tornam-se parte essencial de nós mesmo por toda vida, ainda que o tempo, o vento, as circunstâncias determinem geografias longínquas todavia a amizade tem asas, limites nunca serão obstáculos para o coração que encontrou num outro coração a sua vida!
Amigo é a habitação de parte de meu ser.
Nadja Matoso- Delatora do amor
Hoje ouvi um som desconhecido,
seus acordes brindavam nostálgicos
tempos desconstruídos...
Cada nota trazia a penosa memória de ritos,
atritos sonorizavam, rompendo o silêncio
da minha dor
Ruídos manifestos da sensibilidade tétrica,
distorcendo a harmonia na involução...
Bramido introspectivo,
notado apenas dentro de mim,
quebrou a rotina da igualdade
sem interlúdio a prosseguir...
Estampido que bate,
abala o equilíbrio
em meu peito vibra
ecoando conflitos.
Nadja Matoso - Delatora do amor.