terça-feira, 1 de maio de 2012

Não ser , nem sei se sou!



Não ser, nem sei se sou! 


Não sou de meias palavras,
de falar asneiras,
de meios termos,
de trama inteira.


Não sou de meio sentimentos,
de viver em lamentos,
de total sanidade,
de burlar a verdade.


Não sou de aceitar só um pouco,
de viver em sufoco,
de querer só metade,
de dispensar a variedade.


Não sou de ficar no caminho,
de descansar um cadinho,
aventureira sem causa,
de perder uma pausa.


Não sou de intermediar conceitos,
de tirar proveitos,
de inflamar, 
ou me calar.


Não sou a pessoa mais certa,
a mais incorreta,
a mais equilibrada,
a mais desaforada.


Não sou a mais inteligente,
a mais incoerente,
a mais imprudente,
a mais inocente.


Não sou a mais desagradável,
a mais amável,
a mais querida,  
a maior inimiga.


Não sou e não ser é um fato,
não mudo, nem trato
o meu ser abstrato.


Nadja Matoso - Delatora do amor

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